É lugar comum dizer-se que o Ocidente resulta da articulação de, principalmente, dois vectores, o judaico-cristão e o greco-latino. Isto porém coloca um problema - que já não é tão comum referir: se há duas origens paralelas, então haverá uma articulação na base (na perspectiva) de uma delas, outra articulação na base da outra origem, e porventura outra ainda na base de ambas em paralelo; logo, efectivamente, ocorrem pelo menos dois, e não um "Ocidente"! (E voltamos aos mundos paralelos já mencionados no post Objecção à subordinação da técnica... e pista de c...).
Esta foi uma das razões porque fui tão cauteloso, e pouco ambicioso, no cap. 2 de O Nó do Problema Ocidental - quando assumi apenas pretender esboçar uns traços mínimos de uma identidade ocidental que me permitissem prosseguir esse primeiro diagnóstico da nossa civilização. No primeiro artigo incluído na nota 6, porém, a propósito do Tratado de Lisboa avancei a identificação da Europa (no caso valendo para o Ocidente) por Thomas Mann, sob o primado da liberdade e do espírito crítico, em paralelo à identificação por Miguel de Unamuno, sob o primado da afectividade e sua retórica, uma e outra identificações não se confundindo com a do ensaísta inglês Hilaire Belloc, que advogava o regresso da política aos objectivos espirituais anteriores ao séc. XIV. Quantos "Ocidentes" haverá afinal?...
E de que forma devemos responder a esta pergunta?! Nem é límpido que a forma verbal seja a melhor. Perante obras como a de Gaudí, aliás, é difícil pensar que o seja! Fiquemos então com o seguinte slide show - estou em crer que Belloc o apreciaria...
terça-feira, 21 de julho de 2009
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