Dani Rodrik, em One Economics, Many Recipes. Globalization, Institutions, and Economic Growth (Princeton: Princeton University Press, 2007), reconheceu a possibilidade de diversas instituições político-económicas implementarem os "princípios económicos de primeira ordem": protecção de alguma forma de propriedade, respeito pelos contratos, concorrência pelo mercado, moeda estável, dívida suportável. O "consenso de Washington" foi assim um postulado liberal clássico, que de tão repetido se tornou dogma. Mas que estala perante o contra-caso dos resultados económicos da China, Índia... - que pouco desregulamentarizaram, etc. - face à instabilidade latino-americana - países que o cumpriram. E o autor conclui com a importância do contexto, onde se inclui a tradição cultural, na escolha das instituições que deverão implementar aqueles princípios.
Em O Nó do Problema Ocidental contrapus a ortodoxia clássica que defende o equilíbrio (entre procura e oferta) endógeno (a "mão invisível") dos mercados e algumas heterodoxias (ex. a marxista) que procuram estruturas gerais para uma intervenção política que os equilibre exogenamente (4.1.1), de um lado, a uma teoria como a institucionalista que sustentará antes uma evolução de mercados e estruturas teórico-práticas que nunca serão assim gerais (4.1.2), do outro lado. Rodrik virá pois pesar neste segundo prato da balança teórica.
Uma coisa porém é apontar contra-casos a uma teoria, outra coisa é formular uma alternativa funcional. E como escrevi no fim desse último parágrafo citando Jacques Sapir, para qualquer teoria construtivista, ou que de algum modo formule uma evolução sem estrutura subjacente fixa, "o tempo é a questão". Uma questão que permanece árdua desde Aristóteles e S. Agostinho.
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