Li recentemente alguns capítulos de Colin McGinn, Problems in Philosophy - The Limits of Inquiry (Oxford: Blackwell, 1993), particularmente significativos para o requisito de critérios de validação no 2º momento do programa de resolução civilizacional que esbocei na p. 91 do ensaio que baliza este blog (o 1º momento - onde esse ensaio se coloca - é o do reconhecimento da condição ocidental, e hipótese de diagnóstico). Em síntese, perante as falhas que encontra nas 4 abordagens comuns da filosofia aos respectivos problemas, o autor apresenta a hipótese de que estes não se reportem propriamente às respectivas referências (consciência, vontade livre, conhecimento a priori...), mas tão somente derivem duma nossa incapacidade de conceber tais entidades e processos, pese embora eles ocorram. O que nos tornará inaptos para implementarmos uma programa de resolução radical como o que proponho para a nossa ocidentalidade.
A ressonância kantiana ressalta logo do nome escolhido para essa hipótese: transcendental naturalism. No entanto, a ideia com que fiquei da Crítica da Razão Pura (do filósofo alemão I. Kant, não li a parte da "Dialéctica") é que o seu argumento supõe a chamada "apercepção transcendental" (§16), pela qual o sujeito se capta a si mesmo. Sem isso não se pode (legitimamente!) falar de um "nós" que tenhamos ou não capacidade de conceber o que quer que seja. Terei que reler o capítulo 6 daquele livro de McGinn, mas até lá fico com a suspeita de que aplicar o naturalismo transcendental também ao conhecimento a priori, responsável possível por essa apercepção, será levar essa hipótese a dar um tiro nos 2 pés!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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