domingo, 24 de janeiro de 2010

1989-2009: 20 livros que mudaram a nossa visão do mundo

Este post é uma mera notícia do Dossier da Sciences Humaines deste mês (nº 211: 30-59). Limito-me a sintetizar os subtítulos dos artigos dedicados a cada livro, referindo estes últimos nos seus títulos franceses à excepção daqueles de que conheço uma tradução portuguesa ou brasileira.
Note-se entretanto que, além de que naturalmente se poderá defender que algumas outras obras mereceriam mais do que algumas destas participar desse top20, este último versa exclusivamente as ciências sociais e humanas, deixando de fora a influência na nossa visão do mundo de obras das ciências naturais e tecnologias, bem como das humanidades e literatura. De qualquer modo creio que a sugestão valerá a pena.

1989:
- Francis Fukuyama, O Fim da História - após o colapso comunista, às sociedades contemporâneas restaria apenas a democracia liberal vencedora da guerra fria.
- Charles Taylor, Fontes do Self: A Construção da Identidade Moderna - o individualismo moderno, desde que não degenere no seu excesso, é moralmente positivo.
1990:
- Judith Butler, Trouble dans le Genre - o género sexual é uma convenção.
1991:
- Bruno Latour, Nous n'Avons Jamais Été Modernes - a ciência não evolui à margem dos interesses sociais e polítios.
1992:
- Axel Honneth, La Lutte pour la Reconnaissance - a luta pelo reconhecimento é o motor das sociedades democráticas.
- Amartya Sen, Desigualdade Reexaminada - a pobreza não se mede apenas pelo rendimento económico.
1993:
- Pierre Boudieu, La Misère du Monde - as novas formas de sofrimento social.
1994:
- Steven Pinker, L'Instinct du Langage - a palavra é um instinto (não um produto cultural).
- António Damásio, O Erro de Descartes - a razão sem emoções não pondera bem.
1995:
- Ian Hacking, L'Âme Réécrite - da relação entre as doenças mentais e o contexto social.
1996:
- Frans de Waal, Le Bon Singe - da amizade e caridade entre os animais.
- Daniel Jonah Goldhagen, Les Bourreaux Volontaires de Hitler - foi o povo alemão, e não apenas os seus dirigentes, que levou a cabo o Holocausto.
- Samuel Huntington, O Choque das Civilizações - o futuro do mundo será condicionado por choques identitários e culturais.
- Arjun Appadurai, Après le Colonialisme - a mundialização também fragmenta culturalmente os Estados-Nação modernos.
1998:
- Manuel Castels, La Société en Réseaux - da emergência do mundo globalizado.
1999:
- Peter Sloterdijk, Règles pour le Parc Humain - biopolítica, o próximo instrumento das elites do poder.
- Luc Boltanski e Eve Chiapello, Le Nouvel Esprit du Capitalisme - dos anos 1960 a um novo instrumento de dominação capitalista.
2001:
- Pierre Hadot, La Philosophie comme Manière de Vivre - o quotidiano como prática filosófica.
2005:
- Philippe Descola, Par-delà Nature et Culture - contra a antiga dicotomia natureza vs. cultura.
- Jared Diamond, Effondrement - o desaparecimento das civilizações como resultado da delapidação dos respectivos ambientes.

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