Continuo aqui, depois do último post, a assinalar posts deste blog que versam algumas das questões fundamentais, ou radicais referidas em Da filosofia e das suas tendências actuais . Ainda seguindo a ordem delas nesse inquérito, não tenho ideia de ter aqui abordado a 4ª, logo passo às seguintes:
5ª) Será que cabe ao sujeito que conhece justificar esse seu conhecimento, ou este ocorre pela transmissão da forma do objecto conhecido àquele sujeito? A ultrapassagem em 11,9% da 2ª posição (para a qual contribuí na minha resposta ao inquérito) à 1ª constitui a minha maior surpresa nestes resultados: afinal representa uma inversão da tendência que o Ocidente desenvolve desde a Idade Moderna, num regresso à epistemologia aristotélico-tomista! (ou ainda: estaremos a reposicionarmo-nos na encruzilhada intelectual entre o fim do séc. XIII e o início do séc. XIV que, em O Nó do Problema Ocidental (p. 86), apontei como decisiva para a evolução ocidental). Mas mesmo os externalistas (como eu) não podemos ignorar apontamentos como os que se encontram em Na base estão as ideias - o caso Anaximandro ou em Ciência - justificação... e beleza! .
6ª) Como posso saber se tenho mesmo um computador à frente, em vez de estar em alguma cuba, com uma Matrix qualquer a enviar-me os sinais eléctricos que o meu cérebro interpretará como "um computador"? Em troca, que apenas 4,8% sustentem o cepticismo não me surpreende - também penso que questões como a do cérebro numa cuba são intelectualmente úteis, mas sem que possam levar ao cepticismo. Por aqui referi-me à certeza em Do sentido e horizonte da "ciência" (2), O cumprimento do sonho de uma certeza (as coisas n...,... Sobre idealismo vs. realismo quanto a um mundo externo, v. 5ª questão, reforçada pelos 81,6% que (aristotélico-tomistamente) sustentam um realismo moderado.
7ª) E escolhi vir visitar este blogue, ou estava determinado - histórico-culturalmente, geneticamente (!)... - a fazê-lo? Mais uma vez a tendência é clara: Apenas 12,2% dos filósofos contemporâneos argumentariam a favor de um determinismo absoluto. Em Agosto essa questão do livre-arbítrio tocou-me aqui particularmente: Livre arbítrio, mente... e "robopatas", Livre arbítrio, mente... e "robopatas" (2).
8ª) Existe algo que se possa chamar "Deus"? A dificuldade duma resposta racional positiva a essa pergunta está bem expressa nos apenas 14, 6% que a sustentam. No entanto, em Ainda Darwin, e o "Deus" da Bíblia ou do Corão... ... creio ter deixado a pista da razão por que vai um passo de gigante entre a suspensão (racionalmente agnóstica) dessa resposta, e a afirmação ateia (para que tenderão 72,8% dos filósofos... embora não me lembre se a formulação do inquérito não poderá ter levado a uma junção de ateísmo e agnosticismo).
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