"(...) Estou em Damasco (...) Como há muito tempo não aprendia uma língua, estou muito enferrujado... e fui logo começar pelo árabe! Não por gosto, mas por obrigação, tornava-se incompatível viver aqui sem falar alguma coisa, frases básicas, mas mesmo para isso está sendo um enorme desafio. Era e é frustrante o dia a dia sem entender nada do que dizem e com uma resistência visceral ao inglês, estes sírios recebem-nos como se fossemos todos invasores, versão moderna das cruzadas e pensam que todos os europeus falam inglês como 1ª língua,... até para aqueles que sabem que existem muitos idiomas, emocionalmente somos uma espécie de representantes do império do mal. A América é inimiga declarada! E por isso o inglês é um mau começo para qualquer aproximação, a não ser para consumir ou no mundo do jet-set. Na Jordânia, onde já estive uns 10 dias, não é tanto assim.
(...) O Árabe Standard - nas ruas falam uma versão simplificada (que estou a aprender agora) e que difere de país para país... chamam-no "amia", o do Egipto é distinto do da Síria, da Argélia, etc., mas Arabe standard é o que dá estrutura a essas variantes (...).
Arranjei um apartamento pequeno só para mim, pois já estava farto de partilhar espaços com outros. Privacidade é um conceito distinto para estes tipos... o choque cultural é tão grande ou maior do que para a Índia, mas com a diferença que os indianos são tolerantes e estes tipos - os árabes em geral (...) são dogmáticos até dizer basta (...).
A Índia - a Índia que eu vivi - a sua filosofia, religião e carácter deu-me muito mas também deixou-me uma grande dose de "self-indulgement"... e a comunidade de yoga, um discurso demasiado mole e soft. Bom, isto aqui - Médio Oriente, não é para homens "softs"... esta é uma realidade dura, a guerra e a ameaça à sua integridade física e territorial estão sempre presentes e é também por isso que o homem tem um papel totalmente superior ao da mulher, na sociedade.
Sair daqui para o pais vizinho e voltar aqui é uma deslocação legalmente proibida pela Síria. (...) Do ponto de vista intelectual e humano, é fascinante lidar, sentir de perto esta luta civilizacional que se trava por e naquele território (...). Uma coisa é ler livros e ver noticiários, outra é ver com os nossos olhos, ouvir em 1ª mão, olhar olhos nos olhos esta gente, toda ela. É uma "guerra mundial" que é canalizada para este território, não se trata apenas da luta entre palestinianos e judeus, é muito mais do que isso... mas disso falarei no texto que tenciono fazer, exactamente para arrumar as minhas ideias e partilhar com outros.
(...) É tabu mencionar o nome de Israel, Jerusalém ou judeus e entrar nessa discussão com locais, por isso não tenho podido trocar opiniões sobre um assunto que me "fascina" o que também é frustrante!
Arranjei um apartamento pequeno só para mim, pois já estava farto de partilhar espaços com outros. Privacidade é um conceito distinto para estes tipos... o choque cultural é tão grande ou maior do que para a Índia, mas com a diferença que os indianos são tolerantes e estes tipos - os árabes em geral (...) são dogmáticos até dizer basta (...).
A Índia - a Índia que eu vivi - a sua filosofia, religião e carácter deu-me muito mas também deixou-me uma grande dose de "self-indulgement"... e a comunidade de yoga, um discurso demasiado mole e soft. Bom, isto aqui - Médio Oriente, não é para homens "softs"... esta é uma realidade dura, a guerra e a ameaça à sua integridade física e territorial estão sempre presentes e é também por isso que o homem tem um papel totalmente superior ao da mulher, na sociedade.
Sair daqui para o pais vizinho e voltar aqui é uma deslocação legalmente proibida pela Síria. (...) Do ponto de vista intelectual e humano, é fascinante lidar, sentir de perto esta luta civilizacional que se trava por e naquele território (...). Uma coisa é ler livros e ver noticiários, outra é ver com os nossos olhos, ouvir em 1ª mão, olhar olhos nos olhos esta gente, toda ela. É uma "guerra mundial" que é canalizada para este território, não se trata apenas da luta entre palestinianos e judeus, é muito mais do que isso... mas disso falarei no texto que tenciono fazer, exactamente para arrumar as minhas ideias e partilhar com outros.
(...) É tabu mencionar o nome de Israel, Jerusalém ou judeus e entrar nessa discussão com locais, por isso não tenho podido trocar opiniões sobre um assunto que me "fascina" o que também é frustrante!
Petra foi bonito, mas pura diversão. Todavia, e mais uma vez, é daqueles sítios que por mais fotos que se tenha visto, estar lá é outra coisa... a prova do engenho humano e da sua necessidade e capacidade de se ultrapassar... num cenário natural incrível.
(...)"
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