Estão começando hoje de manhã (até 4ª feira, 24/11/09) as 5as. Conferências de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget, em Viseu. Trago aqui a notícia, não só por eventualmente ainda poder interessar a alguém que as possa assistir, mas mais pela relevância dos temas - alertando para possíveis notícias destas comunicações - e, mais ainda, pela recusa do provincianismo:
"Provinciano" é aquele que se constitui por referência a um outro, que deste modo o 1º coloca num centro de atenção - a "capital" (pela minha parte, confesso que em Portugal nunca vi mentes tão provincianas quanto em Lisboa!...). Reconhecer, em troca, que temas como os seguintes valem em qualquer sítio, para quaisquer pessoas, pelo que importa sempre abordá-los, sabendo embora que se irá mais ou menos longe conforme os recursos disponíveis, é a atitude de quem põe os pés no chão, e faz deste chão a terra que habita.
Fica a Apresentação destas Conferências em http://30anos.ipiaget.org/conferencias-internacionais-epistemologia-filosofia/apresentacao/ :
Reunindo especialistas de diferentes áreas e convidando-os a produzir as suas próprias reflexões acerca da temática da condição humana a partir das obras do neurocientista António Damásio, do filósofo Espinosa, do pensador multifacetado George Steiner e de um dos mais importantes escritores portugueses do Século XX, Miguel Torga, as 5as Conferências de Filosofia e Epistemologia do Instituto Piaget procuram contribuir para a abertura de novas perspectivas de reflexão e investigação interdicisciplinar e nos campos específicos da neurologia, da filosofia e dos estudos literários e culturais.
Temas como:
a relação corpo/mente;
a relação homem/natureza (ou liberdade/necessidade);
a relação finitude/transcendência;
a relação entre a razão e os sentimentos e emoções;
são hoje reequacionados pelo progresso das neurociências, que avançam hipóteses e respostas que modificam concepções tradicionais do humano, com evidentes consequências existenciais, epistemológicas , éticas, culturais e civilizacionais.
Esses mesmos temas, e as incertezas, questões e angústias com que são vividos pelo homem contemporâneo atravessam as análises literária, cultural e civilizacional de Steiner e a obra literária de Torga.
E talvez, como António Damásio procurou mostrar, seja na obra de Espinosa, mais do que na de qualquer outro dos grandes filósofos, que podemos encontrar hoje os conceitos e as intuições que nos permitem enquadrar essas transformações da visão do humano e as perguntas e incertezas por elas geradas.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
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