segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"La fin du déterminisme en biologie" (continuação)

 No 1º post com este título citei Cécile Klingler, apontando que seja qual for o paradigma epistemológico - determinista ou probabilista - a biologia contemporânea tem que enfrentar a questão das mesmas células controlarem a variabilidade de expressão de certos genes, deixando-a livre a outros genes. No resumo que fiz não incluí esta passagem anterior: "les gènes présentant le moins de variations aléatoires dans leur expression sont ceux indispensables au fonctionnement de base de la cellule. (...) Tandis que les gènes pour lesquels on repère une grande stochasticité d'expression sont des gènes qui n'interviennent pas dans ces processus fondamentaux" (op.cit.: 50). Foi uma dupla falha minha: desde logo, na sequência desta passagem creio ficar mais clara aquela outra.
Mas além disso ficará também mais claro como poderá a metafísica apoiar, a montante, esse desenvolvimento científico: é que tanto a diferença entre o funcionamento de base dum ente e o que é acessório a este último, assim como o modo geral como os entes se constituem ao longo do tempo, são objecto dessa disciplina, desde a diferença aristotélica entre substância e acidentes, até à actual metafísica da persistência (endurantismo vs. perdurantismo). A determinação exacta destes conceitos e das suas relações abrirá asssim as janelas de investigação mencionadas por J.-J. Kupiec no mesmo Dossier - v. Do sentido e horizonte da "ciência" (2).
Ah! "a metafísica poderá ajudar"... na condição de haver algum critério que permita distinguir as fórmulas metafísicas úteis, para já nem dizer "verdadeiras", das inúteis... Como diz o outro: é nestes detalhes que o diabo está!

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