quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Para o balanço de 2009: prioridade do ARN

Para o que importa a este blogue, creio que nada que tenha acontecido em 2009 será mais importante do que - e muito pouco sê-lo-á tão importante quanto - as experiências de M. Powner, B. Gerland e J. Sutherland (v. http://www.nature.com/nature/journal/v459/n7244/full/nature08013.html ) que confirmam a velha hipótese de que o ARN precedeu o ADN!
Com efeito, no ensaio que este blogue desenvolve assinalei 3 grandes pedras no sapato reducionista (o sapato daqueles que procuram caminhar nas ciências mediante a redução dos objectos destas a respectivos elementos básicos e suas regras de associação, para conceber e intervir naqueles objectos em conformidade). 1ª pedra: de onde, e como, irrompeu o Universo? 2ª pedra: o que aconteceu para que alguns elementos moleculares se organizassem com as propriedades do ser vivo, que não se encontram naqueles anteriores? 3ª pedra: o que aconteceu para que alguns elementos celulares se organizassem com as propriedades da consciência, que não se encontram naqueles anteriores? Os hiatos entre estes níveis constituíam convites à alternativa conceptual emergentista ou auto-organizacional.
Particularmente no salto do nível físico-químico para o biológico - o do surgimento da vida - surgia um círculo vicioso: para a replicação celular do ADN (molécula portadora do código genético) são precisas proteínas, mas para a síntese destas últimas é necessária a orientação dada pelo ADN. Depois deste enigma inicial, a transmissão daquele código, consubstanciada pela referida replicação, faz-se mediante uma molécula auxiliar, o RNA (que copia o código). A experiência descrita no artigo acima linkado dá força porém à hipótese de Carl Woese (na década de 1960) de que o ARN é que terá sido primeiro, sucedendo-se-lhe o ADN. Quebrar-se-ia assim o círculo vicioso, pois o ARN comporta informação genética, permite sintetizar proteínas e auto-replica-se. Ou seja, é auto-suficiente. Depois, como os seus constituintes físico-químicos se encontravam no caldo molecular original, pode esperar-se que das interacções no seio deste último, sob acção da radiação solar ultravioleta, resultasse a dado momento aquela molécula original da vida.
Suponho que os bioquímicos dividem-se agora entre os que julgam que o ARN desempenhe todas as funções metabólicas, e os que julgam que deverá cooperar nelas com ácidos aminados... Aí está uma questão para a minha filha Madalena me ensinar se sempre enveredar por bioquímica!
Uma questão que entretanto parece constituir já não um hiato, mas uma estrada - que haverá que trilhar.
E, quanto mais contínua for, menos lugar haverá para o conceito de "emergência", ou mais se esfarelará a 2ª pedra no sapato reducionista.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Avatar


A minha mulher e eu fomos ontem convidados pelas nossas filhas para irmos com elas ao cinema, ver Avatar.
A história é a da Pocahontas, mas com um final feliz - logo aqui começa a fantasia, que os ingleses em regra vencem os índios...
Nesta história de James Cameron a fantasia é porém complexa: o actual Cpt. John Smith - um ser humano num planeta de outro sistema solar - comunica com os actuais índios - os indígenas dessa planeta - mediante um seu (de John Smith) avatar - i.e. uma personagem controlada pelo jogador nas suas (dela) relações com outras personagens semelhantes num mundo delas. Mas, à diferença do programa virtual Second Life, este outro mundo e portanto aquelas outras personagens são tão reais quanto o nosso John Smith e o seu mundo. A assunção do avatar pelo ser humano é portanto a passagem por um portal que abre a outra dimensão além da imediata. A "second life" é 2ª a partir daqui, e esta é que é 2ª uma vez a partir dali. Ao ponto do ente que as atravessa a ambas poder escolher em qual ficar de vez. Ao antigo Cpt. John Smith isso não foi possível, que os laços culturais eram demasiado fortes para que ele simplesmente se tornasse índio...
Mas onde a fantasia dá um passo extraordinário neste filme é na tecnologia empregue! Os efeitos visuais são na verdade formidáveis. Como ouvi a um crítico, não nos apercebemos da diferença entre o que foi tradicionalmente filmado e o que foi produzido por computador. Ou seja, desde sempre o nosso sistema perceptivo gerou fantasias (ex. alucinações), permitiu erros (ex. na consideração do que se vê ao longe), mas até aqui não tínhamos meios para produzir intencionalmente fantasias que se confundissem com o que a nossa percepção nos dá - ex. o macaco em King Kong não nos aparece como um gorila que vemos naturalmente. Agora, há talvez ainda uma leve menor espontaneidade (no ritmo dos movimentos, nos equilíbrios/desequilíbrios destes...) nas figuras animadas virtualmente, mas a diferença praticamente se dilui.
Cada vez mais, pois, se exige resposta a estas 2 velhas perguntas metafísicas:
- Verifica-se alguma diferença que justifique distinguir-se os termos "realidade" e "fantasia"?
Se sim...
- Com que critério será possível distinguir uma e outra?

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ainda a Hopenhagen

No post de há pouco deixei a impressão de também julgar que os responsáveis - entenda-se, os maus da fita - são os Chefes de Estado, CEO's das grandes corporações, etc. Nada mais longe do que penso.
Pelo menos até ao dia em que as manifestações de empenhados cidadãos em prol do planeta se fizerem com cartazes dizendo "Fechem a fábrica onde trabalho pois ela emite CO2", "Exigimos pagar a roupa ao triplo do preço", "Queremos o fim das viagens aéreas baratas", "Suba-se o imposto automóvel",...
Nesse dia, sim, se os Chefes de Estado persistirem em protocolos e acordos opostos à vontade expressa pelos seus eleitores, em que os administradores de algumas empresas persistirem em oferecer o que a maioria da população já não procura, aqueles é que serão os maus da fita.

"Hopenhagen"? Sim, mas à 5ª potência

Segundo Ricardo Garcia os pontos essenciais do acordo de Copenhaga são os elencados em http://jornal.publico.clix.pt/noticia/19-12-2009/os-termos-do-acordo-de-copenhaga-18449611.htm .
Pela minha parte, aplicando-lhes o critério de avaliação que avancei em 1 critério para Copenhaga , pegando na célebre palavra do Primeiro-Ministro dinamarquês direi que essa conferência nos deixa entregues à esperança (= fé) em 5 dimensões:
1ª) Entre o curto e o médio prazo - Nesse artigo não se percebe se se assumiu a opção pela intervenção urgente e cara, ou a mais comportável e adiada... Resta a esperança de que o aumento de 2ºC ou mesmo de 1,5ºC, para quando quer que o projectem, seja ecologicamente suficiente e economicamente comportável.
2ª) Da ciência para a política - "Os números desapareceram"... Resta a esperança de que o compromisso sobre eles não seja preciso para orientar as acções.
3ª) Da política para a ciência - "compromissos voluntários", será que isto significa que os países não se regem por metas cientificamente determinadas?... Resta a esperança de que, ainda que assim seja, por sorte então acertem nas parcelas que somarão alguma meta suficiente. 
4ª) Verificação - "Somente as acções que tenham sido financiadas pelos países desenvolvidos é que terão uma auditoria e verificação externas". Já não é mau que se fale de alguma... Mas resta a esperança de que a China e os EUA (na medida em que não recebam ajuda externa) sejam verdadeiros nas suas declarações internacionais, e ainda a esperança de que as auditorias externas às Angolas, etc. não sejam condicionáveis por quem tiver aí interesse no petróleo, diamantes, madeiras, construção civil, etc.
5ª) Sancionamento - "O acordo não tem carácter vinculativo", logo nem fará qualquer sentido falar-se de sanções para os infractores... Resta a esperança de que não estejamos a falar de homens comuns, mas de santos e santas (bom, lá que esses Chefes de Estado se gostam de dar ares, lá isso gostam, mas serão verdadeiros esses ares?).
Acreditemos, pois, no Pai Natal.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Ainda algumas passagens de questões fundamentais

Para encerrar a reflexão do penúltimo e antepenúltimo posts, mas já sem ser exaustivo quanto às questões do inquérito em Da filosofia e das suas tendências actuais aqui abordadas, apontarei ainda mais algumas passagens destas (sempre segundo a sua ordem no inquérito... enfim, se não me tiver enganado na contagem).
9ª) Afinal o que significa dizer que se "conhece" algo? 40% dos filósofos (maioria relativa) tenderão hoje a concordar com o pressuposto de Lewontin em O darwinismo e um contextualismo epistemológico (2... ... enfrentando os problemas teóricos que se lhe colocam.
12ª) Se o que estou a escrever não for verdadeiro, é necessariamente falso? Segundo o princípio de bivalência da lógica clássica, sim, segundo a lógica não-clássica (que toma o verdadeiro como necessário, o falso como impossível, e entre os 2 verifica-se um número infinito de graus de possibilidade), não. Abordei uma eventual resposta da cultura portuguesa a esta questão em Portugal - uma cultura de fronteira - a maioria dos filósofos contemporâneos não concorda com essa resposta.
16ª) Voltando à 6ª questão, a minha vivência mental da percepção e uso deste computador esgotar-se-ia aos inputs cerebrais que uma Matrix porventura me enviasse? Em Cérebro (e mente): da quantidade à qualidade!... tinha aqui abordado esta questão - que não é bizantina, por exemplo, se a mente se reduz ao cérebro então não há imortalidade! É para aqui que tendem 56,4% dos actuais argumentos racionais.
20ª) Por exemplo mentiras piedosas, são justas, ou mentir é mau em si mesmo? Pelos vistos terei feito bem em requerer prudência face aos pressupostos de L. Wolpert em Ciência, ética, e embaraços: os filósofos da ética dividem-se na resposta a perguntas como essas.
23ª) Mas politicamente a derrapagem continua! No 2º passo de Mais uma breve derrapagem para a política portugue... apontei a necessidade de se distinguir as 3 ideologias democráticas, para se assumir a escolha de alguma... pois, falta apontar o valor primordial segundo o qual se escolha, e a maioria relativa dos filósofos (41%) parece continuar a não se entender nesta hierarquia de valores.


Enfim, neste labirinto ou nevoeiro da existência, muito nos cabe continuar a tentear!

sábado, 12 de dezembro de 2009

What a wonderful world

Mas para retemperar um pouco depois destes últimos 2 posts, o que poderia ser melhor do que Louis Armstrong?!

Passagens das tendências teóricas actuais neste blogue: 5ª - 8ª

Continuo aqui, depois do último post, a assinalar posts deste blog que versam algumas das questões fundamentais, ou radicais referidas em Da filosofia e das suas tendências actuais . Ainda seguindo a ordem delas nesse inquérito, não tenho ideia de ter aqui abordado a 4ª, logo passo às seguintes:
5ª) Será que cabe ao sujeito que conhece justificar esse seu conhecimento, ou este ocorre pela transmissão da forma do objecto conhecido àquele sujeito? A ultrapassagem em 11,9% da 2ª posição (para a qual contribuí na minha resposta ao inquérito) à 1ª constitui a minha maior surpresa nestes resultados: afinal representa uma inversão da tendência que o Ocidente desenvolve desde a Idade Moderna, num regresso à epistemologia aristotélico-tomista! (ou ainda: estaremos a reposicionarmo-nos na encruzilhada intelectual entre o fim do séc. XIII e o início do séc. XIV que, em O Nó do Problema Ocidental (p. 86), apontei como decisiva para a evolução ocidental). Mas mesmo os externalistas (como eu) não podemos ignorar apontamentos como os que se encontram em Na base estão as ideias - o caso Anaximandro  ou em Ciência - justificação... e beleza! .
6ª) Como posso saber se tenho mesmo um computador à frente, em vez de estar em alguma cuba, com uma Matrix qualquer a enviar-me os sinais eléctricos que o meu cérebro interpretará como "um computador"? Em troca, que apenas 4,8% sustentem o cepticismo não me surpreende - também penso que questões como a do cérebro numa cuba são intelectualmente úteis, mas sem que possam levar ao cepticismo. Por aqui referi-me à certeza em Do sentido e horizonte da "ciência" (2)O cumprimento do sonho de uma certeza (as coisas n...,... Sobre idealismo vs. realismo quanto a um mundo externo, v. 5ª questão, reforçada pelos 81,6% que (aristotélico-tomistamente) sustentam um realismo moderado.
7ª) E escolhi vir visitar este blogue, ou estava determinado - histórico-culturalmente, geneticamente (!)... - a fazê-lo? Mais uma vez a tendência é clara: Apenas 12,2% dos filósofos contemporâneos argumentariam a favor de um determinismo absoluto. Em Agosto essa questão do livre-arbítrio tocou-me aqui particularmente: Livre arbítrio, mente... e "robopatas"Livre arbítrio, mente... e "robopatas" (2).
8ª) Existe algo que se possa chamar "Deus"? A dificuldade duma resposta racional positiva a essa pergunta está bem expressa nos apenas 14, 6% que a sustentam. No entanto, em Ainda Darwin, e o "Deus" da Bíblia ou do Corão... ... creio ter deixado a pista da razão por que vai um passo de gigante entre a suspensão (racionalmente agnóstica) dessa resposta, e a afirmação ateia (para que tenderão 72,8% dos filósofos... embora não me lembre se a formulação do inquérito não poderá ter levado a uma junção de ateísmo e agnosticismo).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Passagens das tendências teóricas actuais neste blogue - 1ª, 2ª, 3ª

A interpretação dos resultados do inquérito apresentado no post anterior deve atender a que as respostas não foram obtidas aleatoriamente - como manda a Estatística - mas apenas entre os visitantes da PhilPapers que tomaram a iniciativa de corresponder à proposta dos organizadores do inquérito. Os resultados ficam assim enviesados à partida. Não haveria forma prática de contornar este enviesamento. Mas pouca informação é melhor do que nenhuma. Apenas a interpretação desta última terá que ser prudente.
Dito isto, assinalarei algumas passagens neste blogue sobre as questões tidas por relevantes nesse inquérito - creio que tanto estas questões como aquelas passagens se tornarão assim aqui mais significativas. Seguindo a ordem do inquérito:
1ª) Todo o conhecimento decorre da experiência, ou algum resulta (a priori) do puro exercício da razão? A grande maioria argumenta a favor desta última posição. É o caso de Colin McGinn, pese embora a peculiaridade do seu argumento, à qual me referi (e de que duvidei...) em Uma armadilha kantiana .
2ª) Devemos usar a palavra "existir" apenas para coisas espácio-temporais, ou também para abstracções como "Homem", "p", etc.? Os filósofos (muitos de formação académica em matemática, que o que distingue uma obra como "filosófica" não é o diploma do autor!) pelos vistos mantêm-se indecisos, ainda que com uma levíssima tendência para a 2ª posição. Continuamos pois sem respostas razoavelmente pacíficas para as perguntas Porque é que 2^0 = 1, e não 2^0 = 0?... E a que pr... - mais uma razão para, em Do sentido e horizonte da "ciência" , lamentar que esta questão metafísica não seja obrigatoriamente estudada nos cursos superiores de matemática.
3ª) Será que "gostos não se discutem"? Parece verificar-se alguma tendência para se reconhecer que se atribui beleza a Sharon Stone pelo que esta mulher é em si mesma, e não por quaisquer traços subjectivos, culturais, etc. de quem lha atribui - cf. Entre o enigma do belo... e os da matemática . (Em todo o caso, com certeza que os 34,4% que argumentam pela subjectividade não a julgarão menos bela!).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Da filosofia e das suas tendências actuais

Recebi os resultados preliminares do recente inquérito da PhilPapers, dirigido por David Bourget e David Chalmers, a que responderam 3226 pessoas, sobre as posições numa série de questões que fazem a agenda filosófica contemporânea. Já neste blogue tive um desabafo sobre a filosofia dos últimos 2 séculos (Da filosofia nos séc. XIX e XX )... Mas considerando antes o que reconheci a essa velha disciplina intelectual em A Filosofia, os Seus Outros... e a Razão do Leigo (http://www.lusosofia.net/textos/albergaria_miguel_soares_de_a_filosofia.pdf), aqui incluo esses resultados.
2 notas prévias: em Uma cultivação em "T" assinalei que este blogue seria dedicado a explorações transdisciplinares e superficiais - o traço horizontal do T; mas será necessário complementar quaisquer movimentos como esse com o aprofundamento especializante do traço vertical. Este inquérito é um indicador das tendências actuais no aprofundamento de algumas das questões que estruturam este blogue. Questões sem resposta?... Pelo menos sobre um mundo além do sujeito que o percepciona, não é o que a estatística sobre o cepticismo revela que os filósofos pensam!



A priori knowledge: yes or no?
Accept or lean toward: yes
662 / 931 (71.1%)
Accept or lean toward: no
171 / 931 (18.3%)
Other
98 / 931 (10.5%)
Abstract objects: Platonism or nominalism?
Accept or lean toward: Platonism
366 / 931 (39.3%)
Accept or lean toward: nominalism
351 / 931 (37.7%)
Other
214 / 931 (22.9%)
Aesthetic value: objective or subjective?
Accept or lean toward: objective
382 / 931 (41%)
Accept or lean toward: subjective
321 / 931 (34.4%)
Other
228 / 931 (24.4%)
Analytic-synthetic distinction: yes or no?
Accept or lean toward: yes
604 / 931 (64.8%)
Accept or lean toward: no
252 / 931 (27%)
Other
75 / 931 (8%)
Epistemic justification: internalism or externalism?
Accept or lean toward: externalism
398 / 931 (42.7%)
Other
287 / 931 (30.8%)
Accept or lean toward: internalism
246 / 931 (26.4%)
External world: idealism, skepticism, or non-skeptical realism?
Accept or lean toward: non-skeptical realism
760 / 931 (81.6%)
Other
86 / 931 (9.2%)
Accept or lean toward: skepticism
45 / 931 (4.8%)
Accept or lean toward: idealism
40 / 931 (4.2%)
Free will: compatibilism, libertarianism, or no free will?
Accept or lean toward: compatibilism
550 / 931 (59%)
Other
139 / 931 (14.9%)
Accept or lean toward: libertarianism
128 / 931 (13.7%)
Accept or lean toward: no free will
114 / 931 (12.2%)
God: theism or atheism?
Accept or lean toward: atheism
678 / 931 (72.8%)
Accept or lean toward: theism
136 / 931 (14.6%)
Other
117 / 931 (12.5%)
Knowledge claims: contextualism, relativism, or invariantism?
Accept or lean toward: contextualism
373 / 931 (40%)
Accept or lean toward: invariantism
290 / 931 (31.1%)
Other
241 / 931 (25.8%)
Accept or lean toward: relativism
27 / 931 (2.9%)
Knowledge: empiricism or rationalism?
Other
346 / 931 (37.1%)
Accept or lean toward: empiricism
326 / 931 (35%)
Accept or lean toward: rationalism
259 / 931 (27.8%)
Laws of nature: Humean or non-Humean?
Accept or lean toward: non-Humean
532 / 931 (57.1%)
Accept or lean toward: Humean
230 / 931 (24.7%)
Other
169 / 931 (18.1%)
Logic: classical or non-classical?
Accept or lean toward: classical
480 / 931 (51.5%)
Other
308 / 931 (33%)
Accept or lean toward: non-classical
143 / 931 (15.3%)
Mental content: internalism or externalism?
Accept or lean toward: externalism
476 / 931 (51.1%)
Other
269 / 931 (28.8%)
Accept or lean toward: internalism
186 / 931 (19.9%)
Meta-ethics: moral realism or moral anti-realism?
Accept or lean toward: moral realism
525 / 931 (56.3%)
Accept or lean toward: moral anti-realism
258 / 931 (27.7%)
Other
148 / 931 (15.8%)
Metaphilosophy: naturalism or non-naturalism?
Accept or lean toward: naturalism
464 / 931 (49.8%)
Accept or lean toward: non-naturalism
241 / 931 (25.8%)
Other
226 / 931 (24.2%)
Mind: physicalism or non-physicalism?
Accept or lean toward: physicalism
526 / 931 (56.4%)
Accept or lean toward: non-physicalism
252 / 931 (27%)
Other
153 / 931 (16.4%)
Moral judgment: cognitivism or non-cognitivism?
Accept or lean toward: cognitivism
612 / 931 (65.7%)
Other
161 / 931 (17.2%)
Accept or lean toward: non-cognitivism
158 / 931 (16.9%)
Moral motivation: internalism or externalism?
Other
329 / 931 (35.3%)
Accept or lean toward: internalism
325 / 931 (34.9%)
Accept or lean toward: externalism
277 / 931 (29.7%)
Newcomb's problem: one box or two boxes?
Other
441 / 931 (47.3%)
Accept or lean toward: two boxes
292 / 931 (31.3%)
Accept or lean toward: one box
198 / 931 (21.2%)
Normative ethics: deontology, consequentialism, or virtue ethics?
Other
301 / 931 (32.3%)
Accept or lean toward: deontology
241 / 931 (25.8%)
Accept or lean toward: consequentialism
220 / 931 (23.6%)
Accept or lean toward: virtue ethics
169 / 931 (18.1%)
Perceptual experience: disjunctivism, qualia theory, representationalism, or sense-datum theory?
Other
393 / 931 (42.2%)
Accept or lean toward: representationalism
293 / 931 (31.4%)
Accept or lean toward: qualia theory
114 / 931 (12.2%)
Accept or lean toward: disjunctivism
102 / 931 (10.9%)
Accept or lean toward: sense-datum theory
29 / 931 (3.1%)
Personal identity: biological view, psychological view, or further-fact view?
Other
347 / 931 (37.2%)
Accept or lean toward: psychological view
313 / 931 (33.6%)
Accept or lean toward: biological view
157 / 931 (16.8%)
Accept or lean toward: further-fact view
114 / 931 (12.2%)
Politics: communitarianism, egalitarianism, or libertarianism?
Other
382 / 931 (41%)
Accept or lean toward: egalitarianism
324 / 931 (34.8%)
Accept or lean toward: communitarianism
133 / 931 (14.2%)
Accept or lean toward: libertarianism
92 / 931 (9.8%)
Proper names: Fregean or Millian?
Other
343 / 931 (36.8%)
Accept or lean toward: Millian
321 / 931 (34.4%)
Accept or lean toward: Fregean
267 / 931 (28.6%)
Science: scientific realism or scientific anti-realism?
Accept or lean toward: scientific realism
699 / 931 (75%)
Other
124 / 931 (13.3%)
Accept or lean toward: scientific anti-realism
108 / 931 (11.6%)
Teletransporter (new matter): survival or death?
Accept or lean toward: survival
337 / 931 (36.1%)
Other
304 / 931 (32.6%)
Accept or lean toward: death
290 / 931 (31.1%)
Time: A-theory or B-theory?
Other
542 / 931 (58.2%)
Accept or lean toward: B-theory
245 / 931 (26.3%)
Accept or lean toward: A-theory
144 / 931 (15.4%)
Trolley problem (five straight ahead, one on side track, turn requires switching, what ought one do?): switch or don't switch?
Accept or lean toward: switch
635 / 931 (68.2%)
Other
225 / 931 (24.1%)
Accept or lean toward: don't switch
71 / 931 (7.6%)
Truth: correspondence, deflationary, or epistemic?
Accept or lean toward: correspondence
473 / 931 (50.8%)
Accept or lean toward: deflationary
231 / 931 (24.8%)
Other
163 / 931 (17.5%)
Accept or lean toward: epistemic
64 / 931 (6.8%)
Zombies: inconceivable, conceivable but not metaphysically possible, or metaphysically possible?
Accept or lean toward: conceivable but not metaphysically possible
331 / 931 (35.5%)
Other
234 / 931 (25.1%)
Accept or lean toward: metaphysically possible
217 / 931 (23.3%)
Accept or lean toward: inconceivable
149 / 931 (16%)